Listras no busão, tudo igual

Não gosto quando os dias me fazem ouvir Ludovic. Não gosto. Talvez porque haja uma carga tão pavorosa de dureza e crueza nas palavras, nas guitarras, nas vozes, mas performances…

Mas acontece, não é todo dia que você escolhe o som, o som escolhe você.


Ontem encontrei um cara no ônibus com uma camiseta igualzinha à minha. Não a que eu estava usando, mas uma que uso sempre. Uma daquelas listradas. Uma TNG, safra 2008, comprada quando ainda perambulava pelas ruas da Vila Madalena bem cedo da manhã para chegar no trabalho, vindo de SBC. Ele também deve ter a camiseta ainda desta época. Quis tirar uma foto, mas acho que alguns limites devem ser respeitados. Principalmente se o braço do cara tem o mesmo tamanho do seu tronco.

Engraçado [no dia em que eu fizer terapia, uma das coisas que vou querer resolver – reprogramação? – é essa história de achar tanta coisa engraçada] que na época da faculdade passei algumas tardes dividindo os corredores da universidade e até salas de aula com um coincidente no uso duma tal pólo roxo [fez sentido, essa frase? tentei escrever de uns três jeitos, não consegui nada melhor e ok]. Lembro que uma vez, num show de METAL, estava eu paramentado com minha eterna camiseta do Live After Death quando cruzei um ex-colega de colégio com a mesma peça. A solução foi virar a camiseta ao contrário.

Tanto intróito porque a gente [“a gente” que digo sou eu, mas quem se identificar se acuse] busca diferenciação, individualidade, exclusividade e tropeça num cara que no ônibus tem a mesma camiseta que você. Ou compra o mesmo aparelho de celular. Ou toma o mesmo drink. Ou fala as mesmas gírias. Ou pensa as mesmas coisas. Ou lê os mesmos livros…. E é tanto esforço para definitivamente nada que ao invés de buscarmos mais jeitos de nos diferenciarmos, talvez devêssemos só e simplesmente abraçar que essa condição de unidade é cada vez mais externa e exagerada.

Uma das coisas que mais gosto é de descobrir novas tubaínas. Quando abriu o Tubaína Bar, fui lá umas vezes para provar o cardápio e se eu morasse nos EUA, certamente meu dentista e meu futuro gastro [as pizzas não me fazem mais tão bem quanto antigamente] teriam muito mais trabalho.

Não que eu seja um arqueólogo, nem um especialista. Sou só um interessado [já notaram como é cada vez mais difícil escrever ~para a internet~ sem precisar se justificar?]. Hoje pela manhã, vindo para o trabalho, cruzei um rótulo diferente que dois garis degustavam num boteco perto de casa. Fiquei varado de vontade de experimentar, não tivesse uma fruta sido meu café da manhã [que outra frase detestável]. A vontade se manteve e indo ao Brejinho, conheci o Convenção LIMÃO. Já era fã do de LARANJA e esse também não decepcionou.

O balconista pediu que eu levasse o casco de volta, mas acho que vou deixar por isso mesmo [um real extra na conta] e ficar com a garrafa pra mim.

“Quem é o mais covarde? Eu não saberia dizer.”

Porém, meio que aposto no Laerte: